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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O maior presente de Mandela para as crianças

O maior presente de Nelson Mandela às crianças
da África do Sul foi sua

longa luta pela liberdade e pela igualdade de direitos dessas crianças. Essa luta lhe custou 27 anos de cárcere.
Peliswa nos conta como era a vida, durante o Apartheid na África do Sul. As crianças negras eram maltratadas, frequentavam as piores escolas e tinham que viver separadas dos pais.
– Eu moro em Khayelitsha, na periferia da Cidade do Cabo, na África do Sul. Eu pedi à minha mãe e à minha Gogo (avó materna) que explicassem o que era o Apartheid. Como vocês podem imaginar, na minha vida nunca houve Apartheid e não há nada que eu seja proibida de fazer só por ser negra.

A história da avó
Minha avó conta que veio de Transkei para a Cidade do Cabo. Transkei era uma pobre ‘terra natal’, assim o governo do Apartheid chamava estes lugares onde os negros eram obrigados a viver. Naquela época, todos os negros tinham que portar passes quando saíam de suas ‘terras natais’. O passe permitia-lhes transitar nas áreas destinadas aos brancos. Minha avó não tinha esse passe, mas mesmo assim, foi de ônibus para a Cidade do Cabo e conseguiu trabalho na casa de uma senhora branca.
– Todos os dias, eu saía de casa às seis horas da manhã da favela em que vivia, pois às oito horas começava o controle de passes dos passageiros dos ônibus. Se você não tivesse um passe, levava uma surra e ia para a prisão. Depois, deportavam as pessoas de volta para Transkei, onde acabavam passando fome, lembra Gogo.

Como um cão
– Um dia, vi pela janela um inspetor na rua. Ele percorria todas as casas para controlar os passes das empregadas. Telefonei para a Madame, minha patroa. Ela mandou que eu me escondesse atrás de um armário até que ela voltasse para casa. Quando ela chegou, escutei-a dizendo ao inspetor que havia apenas um cão dentro de casa.
– Assim era a nossa vida, naquela época. Nós carregávamos os filhos dos brancos nas costas e os educávamos, enquanto nossos próprios filhos tinham que ficar sozinhos na ‘terra natal’..

A história da mãe
Minha mãe cresceu em Transkei, na casa da mãe da Gogo, minha bisavó, que morreu enquanto minha avó trabalhava para os brancos. Então, minha mãe foi morar na casa de uns vizinhos em Transkei. Ela só podia encontrar Gogo no Natal. Nessas datas, Gogo trazia para ela as roupas velhas das crianças que ela cuidava.
– Eu nunca fui tão próxima da minha mãe como eu e você somos. Eu sentia falta dela e quando minha Gogo morreu, fiquei praticamente órfã. Eu sabia que minha mãe cuidava de crianças brancas, longe de casa. Quando fiz onze anos, ela veio me buscar e passamos a morar juntas na favela.
– Um dia eu a acompanhei ao trabalho para ajudá-la a polir a prata da Madame. Quando chegamos à estação de trem na área para brancos, pude ler cartazes por toda parte que diziam: ‘Exclusivamente para brancos’. Eles estavam em todos
os lugares: em ônibus, portas, lojas, bancos de praça. Achei muito estranho que os brancos não quisessem que nós, negros, nos sentássemos em seus bancos. Mamãe me explicou que nós nunca podíamos desobedecer aquelas ordens. Caso contrário, a polícia ou qualquer branco poderia nos bater. Mamãe me proibiu também de usar os copos da casa da Madame. Ela me disse que poderia perder o emprego. Eu bebia água de um pote de geléia que mamãe havia lavado para mim.’


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